As emoções realmente podem ser controladas?
Não é um segredo que uma vida emocional saudável passa pela maturidade e pela prudência – a capacidade de se ter paciência e sensatez nas reações e tomadas de decisão. Mas qual é o melhor caminho para desenvolver essas capacidades? Muito se fala sobre controlar as emoções, mas de que formas isso pode ser alcançado?
A ideia de controlar as emoções – especialmente as denominadas negativas, como o ciúmes ou a raiva – pode dar origem a pensamentos do tipo: “Eu não posso sentir isso. Preciso parar. Por que sinto isso, mas não consigo parar?”. Aos poucos, essa sensação de frustração pode fazer com que a cabeça vá ficando cansada…
Se pudermos entender as emoções como respostas que nosso organismo e mente emitem, precisamos relembrar que elas já foram aprendidas e estabelecidas há muito tempo em nossas vidas. Desde o nascimento se aprende as emoções e com o passar do tempo continuamos aprendendo e desaprendendo. Sem perceber. Naturalmente, com as pessoas ao nosso redor e as nossas experiências de vida.
Existe uma expressão conhecida, em que as pessoas dizem: “falei no calor do momento”. O calor remete ao fogo: algo que uma vez que surge, não se controla. O que é comparável com as emoções: é preciso que se aceite que as emoções não são controláveis, assim, de mudar o que se tem vontade. Como seria bom se certas emoções sumissem do nada! Mas toda a vontade do mundo não é suficiente para que isso aconteça.
Em vez de controladas, as emoções podem ser compreendidas e trabalhadas; em especial no momento em que se tem voz, que se é livre para falar o que sente e pensa, livre para relembrar de experiências passadas e usar este passado como referência para que novas emoções (e reações) tenham espaço no presente. Assim, conforme a vida segue, nos tornamos mais conscientes da capacidade que temos de aprender e desaprender certas emoções e, de forma geral, podemos ser levados a uma vida emocional mais saudável.
Ana Lídia de Souza – Psicóloga
CRP 08/29294